Acredito que o
sonho de ser dono de seu caminhão começou com o primeiro motorista contratado para
dirigir profissionalmente.
Desde então, a
busca pelo seu próprio caminhão permanece nos corações dos motoristas profissionais,
que imaginam que desta forma, terão uma substancial melhora em suas vidas. Mas
será que esta melhora ainda é verdade?
Os últimos
cinco anos mudaram radicalmente o cenário do transporte rodoviário de cargas no
Brasil.
Os motoristas
profissionais evoluíram e alcançaram salários inimagináveis até então. Esta
evolução exigiu também que os profissionais se atualizassem e cada vez mais os
veículos são dotados de tecnologia embarcada.
Normalmente os
autônomos não conseguem acompanhar este processo de evolução, tanto no
que diz
respeito ao desenvolvimento profissional, como na aquisição de veículos
atualizados.
Vamos fazer
uma análise fria e entender as vantagens e desvantagens de ser motorista autônomo ou empregado.
Liberdade, o
grande sonho do homem, sempre foi a principal razão de ser autônomo. O
motorista poderia ir para onde ele bem entendia, bastava procurar uma carga
para o local desejado, carregar e seguir viagem.
O empregado
não tinha e ainda não tem esta liberdade, seu patrão ainda determina seu
destino.
Hoje, muita
coisa mudou. A liberdade dos autônomos de outrora foi substituída por baixos fretes,
pedágios caros e não pagos pelos embarcadores, falta de infraestrutura, diesel
com preço estratosférico, impossibilidade de trocar seu veículo por um mais
atual, chapas desonestos, agenciadores de cargas e tantas outras dificuldades
que existem na beira das estradas.
Como
empregado, você garante carteira assinada, que representa uma velhice
tranquila, salário previsível no final do mês, benefícios diversos como treinamento,
convênio médico, cesta básica, vale refeição, jornada de trabalho com horário conforme
prevê a legislação, aposentadoria, seguro desemprego, possibilidade de compras parceladas
em função de ter renda comprovada e ainda férias remuneradas.
O motorista
empregado tem ainda algumas vantagens, ele não precisa se preocupar se existem
pedágios no trajeto, com o preço do diesel, com um pneu que estourou, com o
preço
do frete e com
a manutenção do veículo.
Já o autônomo
soma ainda a todas as preocupações acima, se vai ou não receber um frete, se conseguirá
carga de retorno, se o veículo sofrerá algum dano na viagem, se o agenciador
mentiu sobre peso ou destino e tantas outras coisas que tornam a vida do
autônomo mais difícil, inclusive, se o dinheiro dará para pagar a prestação.
Entendo que a
vida de empregado não é fácil, as cobranças acompanharam o aumento dos salários,
mas, entendo que a vida do autônomo mudou radicalmente para pior de dez anos para
cá, e ainda deverá piorar.
Entendo ainda que haverá uma grande migração de
autônomos querendo virar empregados, ou seja, a história seguirá na direção
inversa, é esperar para ver.
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