sábado, 19 de maio de 2018

Lucrei no Frete



Para divulgar meu aplicativo, o Lucrei no Frete, tenho visitado vários locais em que haja concentração de caminhoneiros autônomos.
Em minha vista ao Terminal de Cargas Fernão Dias no dia 23 de fevereiro de 2016, pude ter certeza de duas coisas, a primeira é como o frete está ruim, cheguei a ver um frete para truck, com exigência de rastreador e trava no baú, de São Paulo a Goiânia, sendo que, só em função de carga e descarga, seriam consumidas 48 horas, por R$2.100,00, detalhe, os pedágios estavam incluídos nesse valor.
Na ponta do lápis, serão cerca de R$745,41 de prejuízo, fora as despesas de refeições, café, pernoites, banhos, pedágio (que já estava incluso no valor) e outras que dependerão dos hábitos do motorista.
A segunda é que estou convicto que embarcadores ainda não atentaram para a calamidade que acontecerá em breve.
Autônomos deixarão o mercado, e logo, estes embarcadores dependerão, na maior parte, de grandes transportadores, aí, começará o maior de todos os problemas, e isso não é profecia, é lógica.
Com absoluta certeza, o frete subirá a níveis assustadores, tornando inviáveis grande parte dos pequenos negócios que dependem dos autônomos para levar seus produtos aos pontos consumidores, e elevará substancialmente o preço de insumos que dependem do caminhão em função da alta do frete, e esses insumos são 99,9% do que consumimos em nosso dia a dia.
A jornalista Paula Toco já havia atentado para o problema do “sumiço” dos motoristas em seu ótimo livro E Se Eles Sumirem?
“Chegar em casa, tomar um vinho e comer uma massa é um pequeno prazer do dia a dia, mas não seria possível desfrutá-lo se cada um tivesse que buscar sua própria massa na Itália, seu vinho na Argentina, os tomates do molho em Goiás e os móveis da casa em Minas Gerais. É para trazer e levar tudo que usamos no dia a dia que trabalham os caminhoneiros”.
Nunca o transportador autônomo de carga passou por situação tão difícil, fretes baixos e em número insuficiente, preço do Diesel, pneus e manutenção do veículo nas alturas e um eterno pagar...
O caminhoneiro paga para dormir, para tomar banho, para comer, para o chapa, para descarregar e carregar, para estacionar e procurar carga, para o agenciador, para ter registro na ANTT, muitas vezes, para a corrupção de quem deveria garantir a segurança nas estradas, paga o pedágio, que é responsabilidade do embarcador, e agora terá que pagar para fazer exame toxicológico, provando que não consume drogas.
E o que sobra para os caminhoneiros?
O que sobra, mal dá para sobreviver, quanto mais para fazer a manutenção, guardar para substituir seu veículo por um mais novo, ou fazer poupança para enfrentar alguma situação futura.
Nos próximos dois anos, muitos autônomos deixarão o mercado, alguns desistirão da profissão, outros quebrarão, outros ficarão com nomes sujos e não conseguirão mais carregar, e outros perderão seus caminhões, pois não conseguirão pagar as prestações.
Hoje, tem mais caminhão do que carga, o que empurra o frete para baixo.
E quem sobreviverá? Os que forem mais eficientes e os que conseguirem passar por esta crise, e, quando o número de autônomos diminuir, os que ficarem, se tornarão mais fortes, pois serão menos caminhões do que cargas, o que empurrará o frete para cima.
Economizar é fundamental, é preciso fazer o Diesel render o máximo possível, além de sempre procurar o melhor preço e o produto com mais qualidade. Cuidar dos pneus, fazendo com que eles rendam mais, e ter atenção especial com as carcaças para o recape seja eficiente e dure mais.
Preparar seu próprio alimento, economizando nas refeições. Pesquisar os preços antes de comprar produtos e serviços. Se programar para tentar abastecer nos postos onde irá dormir e pernoitar, aproveitando o banho e pernoite grátis para clientes que abastecem.
Fazerem parte de associações, que possibilitem acesso a bens e serviços com preços mais baixos.
Além disso, saber exatamente quanto sobrará ou faltará no frete antes de dizer sim é fundamental para continuar no mercado.
Salário e encargos, reposição do veículo, remuneração mensal sobre o capital empatado, IPVA, DPVAT e licenciamento, seguro do Equipamento e de responsabilidade civil facultativo, esses são os itens que representam os custos fixos, que você terá que pagar mesmo com o caminhão parado.
Você sabia que nas viagens médias, com cerca de 1.000 km, os custos fixos representam quase a metade de todos os custos?
Combustível, pneus e recapagens, lubrificantes do motor, lubrificantes da transmissão, lubrificantes do diferencial, lavagem e graxas, peças, material de manutenção e acessórios.
Estes são os custos variáveis, e eles aumentam à medida que o caminhão roda mais, podendo chegar a mais de 60% nas viagens mais longas.
Caminhão é um negócio, e como qualquer negócio, para que tenha futuro, é preciso dar lucro.
Você é capaz de calcular todas estas variáveis antes de dizer sim a uma proposta de frete?
Se a resposta for não, você precisa rever com urgência seu negócio, ou se preparar para procurar outra atividade, pois você fará parte dos que deixarão de ser autônomos.
www.lucreinofrete.com.br, garantido o lucro do seu frete.
Proteção divina a todos, nos vemos na próxima edição.
Abril de 2016.

Um comentário:

  1. Packers and Movers Hyderabad for 100% Affordable and Professional Packers and Movers in Hyderabad Compare Charges of Movers and Packers, Household Shifting Services @ Packers And Movers Hyderabad

    ResponderExcluir