Entenda como a falta de eficiência para solucionar o chamado “custo
Brasil” pode desencadear em uma série de graves problemas para a economia
nacional
Venho atuando no transporte rodoviário de cargas nos últimos
22 anos, porém, tenho estudado o tema por pelo menos 35 anos. Em março de 2012,
escrevi o texto “Os Grandes Entraves no Transporte Rodoviário de Cargas”, publicado
originalmente pelo portal de notícias Transpoonline.
Nesse texto, fiz um alerta para os nove maiores problemas que
o transporte rodoviário de cargas enfrentava: excessivo número de empresas no
setor; “comoditização” do produto transporte; má conservação das estradas;
roubo de cargas; pesada carga tributária; pouca carga de retorno; avançada
idade da frota; altos tempos para carga e descarga e excesso de peso. Não
pretendo explicá-los novamente, basta acessar e ler o texto.
http://papodeboleia.blogspot.com.br/2014/02/os-grandes-entraves-no-transporte.html
O Brasil está muito próximo de um colapso total no transporte
rodoviário de cargas (TRC). Um dos maiores problemas do país é a distribuição
desigual do PIB, o que obriga o envio de grandes volumes de mercadorias do Sul
e Sudeste em direção ao Norte, Nordeste e Centro-Oeste, sem que existam os
mesmos volumes em sentido inverso. Isso causa um desequilíbrio de veículos que,
muitas vezes, ficam dias parados a espera de cargas, ou retornam com fretes que
não cobrem os mais básicos custos.
apenas 17,63% do território brasileiro. Devemos ainda levar
em consideração que, na região Centro-Oeste, grande parte de seu PIB é formado
pelo agronegócio, já que a região produz 41% dos grãos brasileiros, escoados
parte por transporte ferroviário,
e parte por caminhões graneleiros. Muitas vezes, trabalham com
ciclo perfeito, levando adubo ou fertilizantes em um sentido e voltando com
grãos no outro, deixando parados os baús, necessários para o transporte de
alimentos dos estados do Sul e Sudeste para a região.
Na região Norte, a exceção é o Estado do Amazonas, que tem o
ciclo invertido em função da Zona Franca de Manaus. Devido à sua baixa
densidade demográfica, exige pouca carga saída do Sul e Sudeste e necessita de
grande volume de caminhões,
sobretudo baús, saindo em direção às outras regiões. Já o
Pará tem seu PIB reforçado em função da produção de minério de ferro,
movimentado exclusivamente pelo modal ferroviário, sendo comum caminhões
ficarem dias parados aguardando carga. Os outros estados da região também
apresentam sérios problemas de desequilíbrio no TRC.
Como se não bastasse, o “motor” do TRC, o diesel, tem sido reajustado
acima dos outros combustíveis. De acordo com a ANP, em janeiro de 2002 o preço
médio da gasolina no Sudeste era de R$1,354 e o do diesel era de R$0,735, ou
seja, o Diesel.
O que é preciso?
Renovar a frota com urgência, com juros subsidiados e longos prazos
de pagamento, com seis meses de carência após recebimento do veículo e
implemento. O BNDES existe para impulsionar negócios dentro do Brasil. A idade
média da frota nas mãos dos autônomos é superior a 17 anos e, quanto mais velho
é o veículo, maior o custo para mantê-lo rodando.
Portanto, os mais velhos devem receber o benefício primeiro.
A ANTT deve rever todos os registros de TAC, que deve ser dado
somente para autônomos. E só é possível ser autônomo quando se tem um único
veículo e o motorista é o proprietário.
Somente deveria ser concedido um registro de TAC por CPF.
Se um único CPF tem vários registros de TAC, deve ser forçado
a migrar para ETC, com todas as obrigações, fiscais e trabalhistas. É preciso
deixar claro, TAC é TAC e ETC é ETC. O Ministério do Trabalho deve criar meios
de fiscalizar a falta de registro em CTPS dos trabalhadores no TRC, principalmente
os que dirigem veículos com registro de TAC na ANTT e não são os donos destes
veículos.
Deve somente conceder novos registros para transportadores se
o interessado provar que tem conhecimento técnico para exercer atividade no
setor, que precisa se profissionalizar com urgência. Fazer com que a Lei nº
10.209, ou Lei do Vale Pedágio seja cumprida. Se o Estado é ativo para
fiscalizar o que o onera, deve ser também ativo para fiscalizar o que onera o
trabalhador.
A criação de cursos técnicos de ensino médio públicos para a formação
de Técnicos na Condução de Veículos de Transporte, preparando jovens para se
tornarem futuros gestores na condução de veículos de cargas, é algo realmente
importante e necessário.
Também é imprescindível a recuperação imediata da malha rodoviária,
fiscalização do excesso de peso e da jornada de trabalho, incentivo à
iniciativa privada para criação e
manutenção de espaços de descanso, desassociados dos postos
de abastecimentos ao longo das rodovias, com controle de entrada de veículos e
pessoas, prestação de serviços diversos e com cobrança de valores viáveis.
Entendo que as
medidas citadas amenizarão e retardarão o iminente colapso.
Sra. Presidente, Sr. Ministro, é preciso olhar o TRC com
imensa atenção, já que este representa mais de 61% de toda carga transportada,
de acordo com a CNT, e seu fortalecimento é crucial para o Brasil.
Muito obrigado.
Packers And Movers Mathikere Bangalore
ResponderExcluirPackers And Movers Mayasandra Bangalore
Packers And Movers Medihalli Bangalore
Packers And Movers Medimallasandra Bangalore
Packers And Movers Marsur Bangalore